Posfácio

Bem no final de 2009, estava já eu com bastante deste material coligido, entusiasmado, cheguei a sentir a possibilidade de dar o passo que falta nesta história toda, esse tão importante passo que é o contacto com os descendentes directos de António Lepierre Tinoco. Seu filho e filhas, essencialmente, por ainda manterem vivo no nome o binómio Lepierre Tinoco, no fundo, a família que ainda mantém viva a casa de Nogueira do Cravo e, espero eu, a memória de ALT.

Através do meu querido amigo Zé Diogo (e de uma engenhosa cadeia de comunicação montada por ele e uma tia dele), chegaram a ser trocados e-mails entre mim e a esposa do meu meio-tio (meio-irmão da mãe é meio-tio, certo?), missivas onde eu me apresentava e afirmava ao que vinha. Num dos e-mails cheguei mesmo a cometer, no calor dos acontecimentos, uma terrível imprecisão que, espero, não tenha tido grande peso na decisão...

A resposta foi lacónica e, esperava-se, negativa. Tal como a resposta não me surpreendeu verdadeiramente, também o meu respeito e aceitação da mesma é total e genuíno. Esse importante passo não pôde, pois, ser dado. Não cheguei a visitar Nogueira do Cravo, nem a casa, nem o cemitério, nem pude ter acesso a fotografias, cartas, objectos pessoais (partindo do princípio de que existem) de António Lepierre Tinoco.

Há uns dias atrás, passados quase 4 anos, e tendo eu mudado entretanto de bairro-cidade-país-continente-hemisfério, inesperadamente, aproximando-se o dia dos meus 42 anos de idade, fui assomado por um fervor que, finalmente!, me levou a montar este website (inicialmente pensado como um livro, todo este exercício de construção de uma memória acabou por tomar a forma de bits).

Em boa hora o fiz. O prazer tem sido imenso. O resultado é o possível. Faltam muitos dados, muitas datas, iconografia, relações mesmo. Mas a esperança é a útima a morrer; e a vida, sabemos disso, tem das suas.

Além do mais, e como dizia António Lepierre Tinoco: «Isto vai!».



Campinas, 5 de Outubro de 2013.